Temos a tendência de rotular as pessoas, seja física ou psicologicamente, para o bem ou para o mal, e atribuímos qualidades a elas de acordo com a nossa percepção ou experiência. Também fazemos isso com pessoas de todas as idades, baseando-nos no que ouvimos falar: “esta criança é muito má”, “este rapaz não gosta de estudar”, “esta criança parece boba”…
Todos nós gostamos de rótulos (para simplificar a nossa realidade e, portanto, reduzir a nossa carga cognitiva), gostamos de atribuir significados para ações, características, emoções, e se isso também serve para as pessoas, por que não?
Além disso, esse comportamento não é reprovado em nossa sociedade (desde que não seja um insulto). Pais rotulam seus filhos de acordo com seu sucesso na escola, seu comportamento em casa… Professores rotulam seus alunos, o bom, o mau, o preguiçoso, o esperto…. As crianças rotulam umas às outras, de acordo com as características físicas ou mentais (embora geralmente as crianças, principalmente as menores, rotulem pelo físico).
Como o julgamento dos outros nos influencia?
Sabe-se que a crença que uma pessoa tem sobre a outra pode influenciar seu desempenho; este é o chamado efeito Pigmaleão.
Dependendo do tipo de julgamento, isto pode ter um impacto positivo ou atuar negativamente sobre no desenvolvimento de uma pessoa. Isso poderá afetar uma área da vida da pessoa ou a sua personalidade.
Por exemplo:
A criança que, desde pequena, ouviu na escola e em casa que ela estava muito preparada e que seu futuro seria um sucesso. Esta criança cresceu acreditando em suas possibilidades, com uma grande autoestima e autoconfiança, então, provavelmente, os estudos e a situação econômica dela responderam de acordo.
A garota que gostava de tocar piano, mas que, no Conservatório e com seus pais em casa, ouviu que estava fazendo um barulho horrível e que a música não era agradável. Essa garota provavelmente parou de tocar e adquiriu sentimentos negativos em relação à música. E de fato, ela poderá sentir insegurança ao começar algo novo por medo de “não ser boa” ou “não ser merecedora”, aos olhos dos outros, é claro.
Por isso eu digo que a atribuição de um rótulo em um determinado período de vida de uma pessoa pode segui-la durante toda a sua vida. Você pode influenciar a personalidade, os sentimentos, as emoções, a sua visão de si mesmo e a forma como eles lidam com as ações na vida real. Quando na verdade, a maioria dos casos são bastante momentâneos, de uma fase da vida, consequentemente é algo que poderá ser resolvido.
Por exemplo:
A criança que é rotulada como preguiçosa porque não fez a tarefa por uma semana (sendo que essa semana ela pode ter tido problemas familiares em sua casa e estava deprimida, ou não se sentiu capaz de fazer). Para coisas como estas, os rótulos começarão a segui-la ao longo de sua vida.
Remover os rótulos
Proponho remover os rótulos. Somos seres com uma capacidade de mudança e adaptação incríveis, e os rótulos só irão limitar-nos. Embora pareça que o efeito Pigmaleão de alguma forma seja positivo, que só tem benefícios, ele também pode adquirir conotações negativas. Porque como eu disse, nós não somos todos iguais aos olhos dos outros. Talvez nossos pais tenham nos rotulado desde que éramos muito pequenos, e quando crescemos, nos chocamos com a realidade.
Tornamo-nos o que nós acreditamos que somos, e muitas vezes agimos apenas para obtermos alguns rótulos (“ele é um gênio,” “é um vencedor”…) ou evitá-los (“é um frouxo,” “é uma pessoa má”…), ao invés de agirmos de acordo com os nossos próprios interesses.
Que ninguém o limite, que ninguém lhe diga o que você é e o que você não é capaz de fazer.Persiga o seu sonho, lute por ele e nunca pare de tentar.
Postar um comentário
Deixe aqui seu comentario: